Fala Turma ! Hoje nosso colunista convidado é Gustavo Sá. Torcedor apaixonado do Fortaleza, nosso amigo elaborou uma proposta de calendário que gostaríamos de debater por aqui! Compartilhe e texto com seus amigos e vamos trocar uma ideia legal nos cometários? Essa resenha promete ser boa.
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FONTE: minhatorcida.com.br |
No Brasil a grande maioria dos clubes não tem calendário
o ano todo, então pensei em sugestões para o campeonato Brasileiro, com as
atuais 4 divisões nacionais (séries A, B, C e D) e uma divisão regional. Entretanto
a primeira divisão continuaria da mesma forma, nada mudaria, minhas sugestões são
para as demais.
Torço por um time, o Fortaleza, que agora está na
primeira divisão, sendo bem administrado e melhorando sua estrutura, mas nem
por isso deixo de olhar o esporte como um todo, quero o crescimento do futebol
brasileiro e isso passa por olhar para os times que estão nas divisões
inferiores e até mesmo os sem divisão.
Muitos
dirigentes pensam pequeno e não estão ligando para os clubes menores, prefiro
olhar macro, por isso acho muito importante a existência dos mesmos, pois com
mais times em atividade haverá mais atletas jogando (será uma boa opção para todos,
surgirão bons jogadores nesses times menores que irão migrar para os maiores),
gerará mais empregos diretos e indiretos e isso é bom para a economia, irá movimentar
atletas de várias categorias e isso é bom para o social, e será também mais uma
opção de entretenimento.
Sei
que para melhorar o nosso futebol não basta só termos calendário, esse crescimento
e desenvolvimento está diretamente ligado a termos dirigentes esportivos de
melhor qualidade, é preciso evoluir nesse sentido também. Mas os times em
atividade o ano todo já é algo importante, ajudará bastante.
Vejo que em outros países existem campeonatos que
preenche todo o calendário, os times jogam em várias divisões, nacionais e
regionais. Tá certo, eu sei que podem ser países mais estruturados, mas há
também países que são mais a nossa realidade, que possuem um calendário mais
completo que o nosso. Penso que SE
houver interesse e boa vontade dá pra fazer algo melhor, pensando em todos. O
que complica é o “SE” eheheh, mas vamos lá, vamos tentar.
Atualmente são 124 clubes nas 4 divisões nacionais (não
estou contando a fase preliminar da série D). Minha sugestão seria 180 clubes
divididos nas 4 divisões. Imagine uma pirâmide, no topo tem a série A com 20,
depois a B com 32, C com 48 e na base a série D com 80. Teríamos aí já o
aumento em 56 clubes (45%).
Ainda assim ficariam muitos times de fora, mas aí
entraria uma divisão regional, explico mais a frente.
Sobre a fórmula de disputa seria:
A:
Como
falei anteriormente, a primeira divisão nada muda. Ela é a cereja do bolo, os
times das camadas mais baixas na “pirâmide” do Brasileirão tentam alcança-la,
então ela tem de ser diferenciada das demais mesmo.
B: (32
clubes, sendo 2 x 16). Os times jogariam dentro do grupo em ida e volta,
passando 4 para a próxima fase, quartas de final, enfrentando o outro grupo no
modelo tradicional, (1º x 4º, 2º x 3º), depois semi e posteriormente a final.
Sobem
4, os que chegarem a semifinal. Caem 4 para a terceira divisão, os dois últimos
de cada grupo.
Os 32
integrantes seriam divididos em dois grupos por proximidade geográfica, com
isso os times iriam se deslocar menos, ou seja, menor desgaste físico e
financeiro, e isso é importante.
Outro
ponto que considero positivo é que jogariam menos: A maioria dos times (24 /
75%) passariam dos atuais 38 jogos para 30, 4 times (12,5%) teriam 32 jogos, 2
times jogariam 34 vezes e os finalistas 36 jogos. Para um calendário apertado,
mesmo na B, onde em algumas rodadas jogam duas vezes por semana, viajando muito
num País continental, acredito ser um benefício.
C: (48
clubes, sendo 4 x 12): Divididos também por proximidade geográfica, seriam 4
grupos de 12 times. Com o mesmo formato, jogariam dentro do grupo em ida e
volta, saindo 4 de cada grupo para a fase seguinte, as oitavas de final, por
conseguinte quartas de final, semi e final.
Na
série C atual já acho que acontece o inverso da B. Na segunda divisão tem jogos
demais e na terceira jogos de menos. No formato que proponho, os times sairiam
de 18 jogos na fase de grupos para 22 jogos, os times que ficarem nas oitavas jogariam
24 partidas, os que chegarem às quartas 26 jogos, os da semi 28 e os finalistas
30 jogos. Considero bom número.
Sobem
4 pra B, os que chegarem às semis. Cairão 4 para a D, o último de cada grupo.
Os
times 48 seriam: 4 que caíram da B, 4 que subiram da D e 40 indicados pelas
federações, dividindo a quantidade de vagas de acordo o ranking da CBF para as
federações estaduais.
D: (80
clubes, sendo 8x10). Em 2019 foram 68 clubes, divididos em 17 grupos de 4,
nesse caso os times que não passaram de fase entraram em campo apenas 6 vezes.
Agora me diga: é viável um clube pequeno formar time para jogar apenas 6
partidas? Acho que não. Menos mal que esse ano farão (se não houver mudanças) 8
grupos de 8, tendo uma fase preliminar antes onde 8 times jogarão mata-mata e 4
cairão fora, ou seja, esses irão jogar apenas duas partidas. No total serão 68
times.
Na
minha sugestão seriam 8 grupos de 10 times, da mesma maneira das outras duas
divisões acima, grupos de times com proximidade geográfica , saindo 4 de cada
grupo para a segunda fase. Os 32 times que passam de fase, jogariam os
tradicionais duelos mata-mata em ida e volta, passando depois para oitavas, quartas,
semi e final. Subiriam os 4 semifinalistas.
Nesta
divisão os 80 times seriam: 4 que desceram da C, 4 que viriam da divisão regional,
67 indicados pelas federações (algumas federações teriam mais vagas que outras,
obedecendo ao ranking de federações da CBF), e 5 viriam do ranking da CBF,
times que ficaram sem divisão. Apesar de eu ser defensor da meritocracia, têm
que ganhar a vaga em campo, acho essas 5 vagas importantes para alguns times
tradicionais não afundarem ainda mais, mesmo sabendo que essa decadência se deve
a má gestão de seus dirigentes, mas de toda forma seria uma ajuda para esses
clubes que tem história no futebol nacional.
No
início falei sobre movimentar os clubes, com essas minhas sugestões já aumentou
a quantidade de 124 para 180, mas ainda assim muitos clubes ficariam sem
calendário.
Pra
isso seria criada uma divisão regional, onde a primeira fase seria torneios
dentro de cada Estado, organizados pelas federações estaduais, e isso é bom
porque a CBF não teria esse trabalho inicial. Explicando melhor:
Algumas federações já possuem competições no segundo
semestre, torneios que em alguns casos valem até vaga para a Copa do Brasil,
como exemplo Taça Fares Lopes, Copa Estado da Bahia, Copa Santa Catarina, Copa
Paulista de Futebol etc. Então já iríamos aproveitar esses torneios estaduais,
a federação que não tiver terá que criar, e assim pegaria o campeão de cada um
dos 27 campeonatos + 5 vices da melhores federações no ranking, fazendo um
total de 32 times.
Aí
entra a CBF pra organizar o mata-mata, pra se saber o campeão, sendo que os 4
primeiros iriam para a quarta divisão, assim sendo seria mais um atrativo para
os clubes menores e iria movimentar muitos mais times.
Voltando
a série B, tem-se um detalhe a ser estudado ainda, seria a formação dos 32 da
times da segundona, pois viriam 4 da A, 12 são da própria B que não subiram e
nem caíram, e aí teriam de subir 16 da C. Assim sendo existem 2 opções, fazer
isso de uma vez ou gradativo.
Particularmente
prefiro de uma vez logo, mas acho que a CBF não permite mudar um regulamento
somente para um ano, tem que ser no mínimo dois.
Enfim,
todas as propostas aqui sugeridas são um pontapé inicial, conversas com o
intuito de melhorar devem ser feitas, com o foco de aumentar a quantidade de
clubes com calendário o ano todo no Brasil.
Gustavo Sá – gustavobsa@gmail.com