quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nem tanto ao céu...nem tanto a terra



Na noite desta quarta-feira, dia 4 de julho de 2012, o Corinthians pode se sagrar campeão da Copa Libertadores da América pela primeira vez em sua história. O título é motivo de frenesi por toda a torcida do alvinegro pelo país. No entanto, o estardalhaço da mídia em cima da partida com o tradicional argentino Boca Juniors atrapalha um pouco do instinto nacionalista nestas competições internacionais.

Basta pensarmos no que aconteceu a cerca de um ano atrás, quando o Santos de Neymar e Ganso levantava a Taça da América em uma partida muito esperada por todos os amantes do bom futebol. Não conheço muitos que secaram o time da Vila Belmiro no ano passado, pelo contrário, sei de muitos que ficaram grudados na tela da tv para ver excelente atuação da excepcional dupla santista.
Ok...É verdade que o ex-clube de Pelé já havia levantado o caneco outras duas vezes e já era a quarta final que disputara, mas em 2003 - ano da outra dupla de jovens talentos santistas: Diego e Robinho -  também sucumbiu para o adversário do Corinthians na noite de hoje.

Alguns irão dizer que em 2008 houve grande torcida contra o Fluminense, ou que nas edições anteriores Palmeiras e Vasco também sofreram pressão dos compatriotas que não gostariam que o título viesse para o Brasil. Mas em todos esses casos uma coisa era mais relevante, a rivalidade regional. Contra Fluminense se juntaram as torcidas dos outros três grandes do Rio de Janeiro, mas a comoção por um título inédito não chegou a incomodar os grandes de São Paulo, por exemplo.

Entendo também que a rivalidade em São Paulo seja muito maior e mais acentuada, além de que, quando se fala em Corinthians, toda loucura é pouca para definir o sentimento de seus torcedores. Mas acredito que o grande diferencial na comparação, em especial com o triunfo do Santos no ano passado, esteja ligado ao futebol que vem apresentando a equipe do Parque São Jorge. Enquanto o Santos de Neymar e Ganso restaurava a alegria de torcer pelo bom futebol, que teve seu auge nas equipes lideradas por Pelé e Garrincha nos anos 60, acentuando também o sentimento do brasileiro de ter de volta o futebol arte, o Corinthians do técnico Tite joga feio. Chegou a final da Libertadores invicto, com a melhor defesa da competição, vencendo quase todas as partidas pelo placar mínimo (1x0). Não que seu elenco seja fraco - o que não é. Mas chega ser covardia comparar as jogadas criadas por Emerson e Paulinho com o majestoso talento de Neymar e Ganso em 2011.

O futebol pragmático está na moda. Vide a seleção espanhola, que muitas vezes prefere cansar o adversário com seus toques burocráticos no meio de campo, do que partir para cima atrás do gol. Méritos ao Tite que soube armar uma defesa sólida e pode conquistar a América de maneira invicta esta noite.

Mas cá pra nós...o time do Corinthians joga em casa, é melhor do que o do Boca, mas os argentinos são danados quando se trata de final de Libertadores. Podem até perder hoje à noite, mas não vão entregar a taça fácil.

Um novo Maurício de Nassau

A chegada do holandês Clarence Seedorf ao Botafogo teve um destaque interessante aos olhos do blogueiro Márvio dos Anjos. Ele compara - dentro das devidas proporções, é claro - o jogador ao colonizador holandês Maurício de Nassau, que teve papel importante no desenvolvimento da cidade de Recife-PE, onde permaneceu durante alguns anos do século XVII. Vale a pena conferir http://globoesporte.globo.com/platb/marvio-dos-anjos/2012/07/01/seedorf-de-nassau/. Concordei plenamente sobre o aspecto de desenvolvimento do futebol brasileiro, ainda mais às beiras de Copa do Mundo.