quinta-feira, 8 de junho de 2017

Alex Muralha e a difícil arte de lidar com a rejeição rubro-negra


O goleiro é o único sujeito em um campo de futebol que não possui o benefício do erro. Caso se dê ao luxo de cometer um equívoco, o arqueiro pode influenciar diretamente no resultado de uma partida. Muito mais rápido do que qualquer atleta. E não há goleiro na história do futebol que não tenha cometido lá os seus enganos. Buffon, Dasaev, Banks, Taffarel e mais outros geraram irritação nas arquibancadas da vida. Frangos, golpes de vista, saídas de gol desastrosas, recuadas inapropriadas e pênaltis desnecessários são alguns dos itens que geram o uivo do torcedor.
Até o ano passado, Alex Muralha, do Flamengo, tinha a sua convocação defendida pelos rubro-negros e não possuía grandes rejeições por parte dos adversários. A edição do Campeonato Brasileiro de 2017 vem mudando essa questão, pois o atleta cometeu erros imperdoáveis pela ótica da torcida. Para ser mais exato, o amor começou a acabar na derrota por 2 a 1 para o Atlético-PR, em abril, pela Libertadores. Em um posicionamento equivocado, o goleiro permitiu que a bola cabeceada por Thiago Heleno, que seria facilmente defensável, caso ele estivesse debaixo das traves, se convertesse em gol. Isso abriu caminho para a vitória do time paranaense e incitou a fúria dos torcedores cariocas. Desde então, qualquer deslize do atleta é premiado com críticas e apupos de todos os níveis. E a situação ganhou contornos de drama na noite de ontem, quando os comandados do técnico José Ricardo enfrentaram o Sport, pela quinta rodada do Brasileirão. Foram dois erros crassos de Muralha. Um deles resultou em uma falta indireta; o outro, acabou em um belo gol do ponta Osvaldo.
Como se já não bastasse o tratamento da torcida, a mídia especula um novo goleiro a todo instante. Nomes como Muslera, Walter, Julio César e Ochoa já foram ventilados como objeto de desejo do time da Gávea. A perda da autoestima é visível. Não há jogador que resista ao fato de ser malvisto em seu clube.

Alex Muralha é um bom jogador na posição que exerce, mas não é nenhum craque das traves. Talvez o problema tenha sido dar-lhe status de selecionável e exigir muito mais dele do que seria normal. Coisa muito habitual quando trata do Flamengo. No momento em que veio para o clube, o atleta tentava tomar a posição de Paulo Victor, prata da casa. Os goleiros tinham níveis e momentos semelhantes na disputa da vaga, mas já havia um desgaste com falhas do antigo titular. O mesmo tipo de desgaste de deterioração gerada agora na titularidade de Muralha. É um Nenhum dos nomes pressupostos como negociáveis são muito melhores do que o jogador que já defende as cores do rubro-negro. É uma questão de melhorar a cabeça e de dar uma trégua ao profissional para trabalhar. Crucificar é um gesto que já gerou o maior engano da história da humanidade. Uns jogos para dar descanso de imagem seria o mais recomendável.

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