terça-feira, 13 de junho de 2017

Teste de Tite


Embora pudesse se servir do fator casa, a Austrália optou por enfrentar o Brasil com marcação no campo adversário - até enquanto durou o fôlego - e jogando por uma ou duas bolas de contragolpe. Tanto é verdade que os anfitriões só deram o primeiro chute aos 39 minutos do primeiro tempo. E nem o fato de o Brasil ter aberto o placar aos dez segundos de jogo fez com que os australianos alterassem a tática.
Quanto ao Brasil, para furar esse bloqueio, o ideal seria a presença de mais jogadores com capacidade de drible e improviso. Sem Marcelo, Neymar e Gabriel Jesus, Tite optou por usar Douglas Costa (muito abaixo do que se pode esperar dele), Phillipe Coutinho (outra partidaça em que serviu de maestro para o time) e Diego Souza (bons toques e muito oportunista com seus dois gols). O segredo para a vitória era desequilibrar o ferrolho australiano com dribles e lances de feito. Depois do primeiro gol, o Brasil passou muito tempo trocando passes de um lado ao outro do campo, sem conseguir uma penetração que ameaçasse a meta do selecionado da Oceania. A desaceleração do segundo tempo favoreceu a maior qualidade técnica e física da seleção de Tite. Apesar da fragilidade técnica da Austrália e dos 4 a 0 finais, foi um bom teste para o Brasil sem Neymar e sofrendo uma marcação dura no primeiro tempo. Outro aspecto que pode ter influenciado na timidez da equipe são as vagas que ainda estão abertas para 2018. Ninguém iria querer arriscar e perder a viagem para a Rússia. Isso explica a presença da burocracia e das bolas de segurança que povoaram a primeira fase do jogo. Nesse ponto, Thiago Silva e David Luiz (agora volante) ressuscitaram dos mortos e seguem firmes na briga. E a impressão que se dá é que o goleiro Diego Alves será titular com o tempo. E Diego Souza parece caminhar firme com Neymar, Gabriel Jesus e Douglas Costa. Ao contrário do que aconteceu em 2014, Tite trabalha arduamente para ter um elenco e não depender de uma peça ou duas peças para dar esperança. E não participar da Copa das Confederações é quase um prêmio. A euforia é um ingrediente desnecessário às vésperas de uma tentativa de êxito após uma frustração tão grande quanto foi a Copa do Mundo anterior.

Um comentário:

  1. Ainda acho que estamos com um seleção inferior aos dos grandes times e ainda temos uma Neymar dependência pois é o cara que desequilibra e nos deixa com a sensação de termos uma equipe competitiva mas confio no Tite e acho que está no caminho certo, e é essa a diferença do último treinador, o qual ninguém confiava.

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