quinta-feira, 15 de junho de 2017

Professor Pardal Mendes

   
    Imaginem que um sujeito chegasse e apregoasse aos quatro ventos que uma roda quadrada, entre outras três rodas, daria um maior desempenho a um carro. Muitos teriam bom senso imediato e repudiariam a novidade. E teríamos outros que gostariam de ver a novidade praticada só pelo prazer de observar o novo.
            Na Arena Condá, em Chapecó, o treinador Milton Mendes colocou duas rodas quadradas no carro chamado Vasco. Uma na parte dianteira; outra, na traseira. Alan Cardoso e Nenê atenderam por essas anomalias na estrutura do automóvel.        Ambos foram escalados fora de suas posições. Com o descanso de Luis Fabiano, o técnico optou por dar a missão de finalizar e de ser o homem do comando do ataque a Nenê. Mendes justificou com o argumento de que desejava que Nenê prendesse a bola no ataque. E não seria para finalizar e dar mais qualidade? Posto como meia, o jovem Alan Cardoso foi designado para fechar o corredor esquerdo e revezar com Henrique no apoio.  Falhou miseravelmente e foi substituído aos 22 minutos do primeiro tempo. Saiu revoltado, mas o certo seria nem ter entrado nesse jogo. Culpa do jogador? Não, erro único e exclusivo do comandante.
            O Vasco atua de forma diferente conforme o campo em que joga. Deixa para ser grande quando está em São Januário e se apequena quando se aventura por outras praças. Mesmo quando teve o empate contra a Chapecoense, o Vasco não ameaçou efetivamente o adversário. A igualdade foi um acidente. O time perde os jogos porque deixa de agredir e se comporta como o sparring do boxe. E mesmo adotando um esquema defensivo, os jogadores de combate vascaínos marcam bolas cruzadas, cercam e não travam chutes e cometem pênaltis desnecessários. Paulão e Jean foram exemplos de mera observação nos gols da Chapecoense.
  Quando enfrentou o Corinthians, três jogadores marcavam um cruzamento de Guilherme Arana. Enquanto isso, três atletas encontravam-se em condições de finalizar no gol de Martin Silva. Erros que se repetem a cada jogo.
               É preciso que o treinador padrão FIFA deixe as rodas quadradas de lado e queira a certeza do que é redondo. É preciso ter vontade de vencer para ganhar. Contra Golias, Davi jamais teria a ousadia da pedra se tivesse a cabeça povoada por volantes.

6 comentários:

  1. Minha dúvida é:será que esse elenco do Vasco tem condições de voltar da série B do ano que vem? 😂

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    1. Ver os jogos em que o Vasco atua fora de casa é assistir TV com estática colorida.

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  2. O técnico errou feio na escalação. Deveria ter colocado um centroavante fixo mesmo este sendo o Thales e dar maior mobilidade no meio sem escalar o jovem Alan.

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  3. _Aqui em Minas o treinador seria chamado de Professor Pardal, como tantos outros que já passaram por aqui.

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