quarta-feira, 17 de maio de 2017

O que há com Sassá?




Apesar de ser uma promessa de atalho para a fama e a resolução financeira, o futebol presenteia poucos com essa dádiva. O caminho até a realização de se tornar um atleta renomado leva alguns sóis e privações. Alguns se perdem no meio do caminho. E o problema maior é a caminhada até o topo. Eles precisam ser lembrados diariamente de que não foram as noitadas que deram vitrine a eles, mas sim a bola. E a bola, tadinha, anda tão solitária nos dias de hoje. Não basta somente talento para se firmar como um homem das quatro linhas. A disciplina é a maior arte que um jogador pode desenvolver ao longo de uma carreira. Um Leonardo e um Raí costumam durar bem mais que um Ronaldinho Gaúcho. A jornada no esporte dura o tempo do cuidado com a ferramenta de trabalho, o corpo. Tem Zé Roberto e Adriano para, respectivamente, o positivo e para o negativo. O futebol é pródigo em dar com uma mão e retirar com a outra. Todo ano aparecem Zezinhos, Bernardos, Valdirans e Walters, e eles vão desaparecendo de uma forma agonizante, triste. É muito fácil fazer o caminho de volta do Maracanã para a presença VIP no torneio de várzea.
A bola da vez é Luiz Ricardo Alves ou simplesmente Sassá. Jogador atuante pelo Botafogo, onde se formou e jogou a maior parte de sua carreira de meia década. O atleta estreou pelo clube da estrela solitária no ano de 2012. Sem conseguir se firmar em seu clube de origem, o atleta foi emprestado para o Oeste e para o Náutico, onde começou a ter um certo destaque quando converteu nove gols pela série B do Brasileirão. No entanto, Sassá só conheceu o sucesso com a camisa do Botafogo em 2016, quando se tornou artilheiro. E foi aí que as polêmicas começaram a dar as caras. Teve destempero fora de campo com torcedores, encrenca com Airton em campo (que acabou com a expulsão do volante), acidentes de trânsito, atrasos e ostentação com maços de dinheiro na internet.
Em janeiro, o Botafogo decidiu retirar o jogador da lista para a disputa para a Libertadores 2017, o torneio mais importante a ser disputado pelo clube, e colocá-lo na geladeira. O motivo seria o conjunto de indisciplinas que o jogador não consegue frear. E decerto ainda deve existir mais questões que o clube, para preservar um patrimônio, decidiu não trazer ao conhecimento do público. Ainda assim, meses mais tarde, o clube voltou a dar oportunidade a Sassá.
A nova situação de atrito se deu por um desentendimento na renovação de contrato do atacante. O clube considerou estratosférico o valor pedido por Sassá.  A resposta do jogador foi um novo atraso – que o deixou fora da partida contra o Grêmio - e uma foto controversa com Rodinei, do Flamengo, na balada. 
Sassá tem contrato até dezembro de 2017 com o clube de General Severiano, o que possibilitaria que ele assinasse um pré-contrato com outro clube a partir de julho desse ano. O Botafogo já começa a pensar em negociar o atleta agora. Seria um negócio lógico dentro dos problemas que o atleta vem causando e da previsível decadência que as atitudes negativas e sistemáticas causam a um profissional do futebol. Um dos interessados seria o poderoso Palmeiras.

Quanto ao que diz respeito às questões técnicas, o atacante é oportunista e podia ser uma opção para dar mais mobilidade ao ataque do Botafogo, que fica engessado com Roger. Sassá não é craque, mas seria útil. Muito provavelmente não crescerá mais do que seu 1,74m. O que vimos em 2016 e em parte de 2017 talvez seja seu auge como atleta. E era preciso que alguém o lembrasse que todo ano aparecem Zezinhos, Bernardos, Valdirans e Walters, e eles vão desaparecendo de uma forma agonizante, triste...


5 comentários:

  1. _E o Cruzeiro querendo trazê-lo... Deus me livre!!!

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    1. Fernando, eu acho que é o Palmeiras que vai cair nesse canto de sereia.

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  2. Sassá, Jobson... . O Botafogo F. R., desde Garrincha, atrai algum anjo das pernas tortas ou atletas da pá virada.

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  3. Sassá, Jobson... . O Botafogo F. R., desde Garrincha, atrai algum anjo das pernas tortas ou atletas da pá virada.

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