segunda-feira, 21 de maio de 2012

Batalha de nervos

Na última semana me chamou a atenção o texto do apresentador e jornalista André Rizek, do Sportv, onde o mesmo relatava a capacidade do time do Botafogo de amarelar em momentos decisivos. Pois bem, de certa maneira concordo com ele. O glorioso tem montado bons times (não elencos), continua esbarrando na falta de garra para decidir.
Depois da belíssima campanha do primeiro turno no Brasileirão de 2007, o Botafogo começou a procurar jogadores que fossem mais emoção, mais coração em campo. Até por esta razão a vinda de um atacante argentino e um uruguaio, além do zagueiro Ferrero (também argentino), que já compunha o elenco em 2008.


No entanto, nem mesmo a chegada destes jogadores solucionou o problema. Embora em 2010 o Alvinegro tenha vencido o carioca sem a necessidade de uma final, ganhando os dois turnos, depois de ser assombrado por trez vice-campeonatos seguidos para o rival Flamengo, o time da estrela solitária não rendeu bem no Campeonato Brasileiro, muito menos na Copa do Brasil. Nesta última, foi eliminado nos últimos dois anos por clubes menos tradicionais, e sempre jogando no Engenhão.
De fato, é para se estranhar que um time que normalmente apresenta um futebol bonito, vistoso e com bons jogadores em campo, como Maicosuel, Renato e até o atacante Loco Abreu, não consiga emplacar uma campanha consistente na competição nacional, que por ser no sistema de pontos corridos, privilegia a regularidade.
Foi exatamente isto que me chamou a atenção neste final de semana. Um time entrando em campo para fazer a estréia no campeonato mais importante que está disputando no ano, mas sem coração para decidir. O Botafogo parecia entrar em campo para cumprir um compromisso, e apenas isso. Uma equipe derrotada. Aparentemente dominada pelo abatimento de ter sido eliminada da Copa do Brasil e ter sofrido uma goleada na final do Carioca. A partida parecia fácil para o São Paulo. E foi exatamente o que se refletiu em campo, com o são paulino Lucas dominando e envolvendo o meio campo alvinegro.
Contrariando a lógica, Oswaldo de Oliveira tirou a referência do ataque para colocar um jogador com mais coração: o esforçado e incansável Herrera. Deu certo!
O atacante entrou e mudou completamente o jogo, trouxe mais emoção e vibração para a equipe da estrela solitária ter forças para virar a partida. A virada, inclusive, surgiu dos pés de um dos poucos jogadores que já vinham mostrando muita vontade desde o início do jogo. O meia Vitor Junior corria bastante e não tinha medo dos zagueirões adversários. Foi, de longe, o jogador que mais queria vencer a partida.
Fim de jogo e o Botafogo parece ter ressurgido para entrar no Brasileirão 2012 com alma renovada. O problema é saber até quando vai durar esse fôlego do time alvinegro. Se jogar o campeonato que jogou no ano passado vai ser forte e incomodar entre os primeiros até a última rodada. Mas precisa ter a gana de vencer e mostrar raça para alcançar os objetivos. O elenco não é tão forte quanto o dos outros grandes clubes, mas tudo vai depender de manter a cabeça no lugar para brigar entre os grandes. Se acertar a cabeça, o Botafogo pode sim chegar a ser campeão pela primeira vez nos pontos corridos. Caso se perca de novo, precisa começar a se preocupar para não ficar entre os últimos colocados.

Papelão

Dando uma exibição de como não se deve portar um profissional de mídia, o repórter Marco Aurélio Souza, do canal Sportv, chamou o atacante Herrera de "Babaca", por não querer pedir música ao final da partida. E não satisfeito pela lambança que fez, em nova demonstração de orgulho besta, após a polêmica apagou o texto de seu twitter por uma nova mensagem descabida: ""Liberdade. O jogador tem o direito de não pedir música. Liberdade. No meu twitter, escrevo o que bem entender", escreveu o repórter.

Me parece no mínimo muita arrogância sequer se preocupar com o relacionamento com um jogador de futebol, que é, nada menos, que o material de trabalho do repórter esportivo. O Herrera tem todo o direito de não pedir música, assim como o repórter tem todo o direito de escrever o que quiser no Twitter, se nenhum dos dois ofender ninguém com sua atitude. Para completar ainda acho que o jogador do Botafogo foi educado e não distratou ninguém em sua resposta na entrevista. Se fosse o Abreu daria o que falar hein...

Mais papelão

Fluminense e Corinthians mostraram um tremendo descaso com o Brasileirão em sua estréia. Além de entrar com times mistos (no caso do Flu, porque o Corinthians entrou todo de reservas), os dois times apresentaram uma atuação lamentável na partida. Sorte para o tricolor carioca que sai da rodada ao menos com três pontinhos.

Que orgulho

Por outro lado, dá gosto de ver o time do Internacional em campo. Isto por conta do belo trio Dátolo, Dagoberto e Leandro Damião. Os três deram uma aula da entrosamento no segundo gol do Inter sobre o Coxa. É bonito ver esse time jogar junto. Coincidência ou não, o Dorival Junior não era o Técnico do Santos quando os meninos da Vila começaram a se destacar? Olho ligado no Inter!

Nenhum comentário:

Postar um comentário