É preciso saber lidar com
um fato incontestável: o time atual do Vasco é frágil. Muito frágil. O torcedor
fica com receio de exercer o seu papel de vibrar e se exaltar. É mais ou menos
como se portar com empolgação com A Hora do Brasil ou com a
programação da Rádio Relógio.
A
defesa toma gols que causam a revolta do mais inexperiente jogador de várzea.
Marcam a bola, vão no oponente de primeira e fazem pênaltis que até a cartilha
do fraldinha condena. Há algumas peças que soam como pontos fora da curva e
conseguem colocar a equipe em um nível de competição, de buscar o resultado,
sem show. Martin Silva, Nenê, Douglas e Luis Fabiano são jogadores que fazem a
diferença. Mas é preciso lidar com a realidade, saber que há uns dez times ou
mais que superam o cruzmaltino em elenco e técnica. Os jogos mandados em São
Januário serviriam para deixar a balança mais a favor do mandante. Com o
anúncio da interdição do estádio, nem esse fator de desequilíbrio existe mais.
Na noite de ontem, as redes sociais
estavam em polvorosa com a informação de que o BID da CBF havia publicado a
rescisão do meia Douglas com o Vasco. O clube rapidamente negou uma
transferência em curso. Como nada fica oculto por muito tempo na internet, as
redes voltaram à carga e anunciaram que o jogador de 19 anos havia sido
adquirido pelo Manchester City, pelo valor de € 13 Milhões (R$ 55,7 Milhões). A
venda das revelações se tornaram a principal fonte de receita dos clubes
brasileiros. Como em uma loja de shopping, os clubes poderosos da Europa e da
China escolhem o que interessa na vitrine e pedem para colocar em uma bela
embalagem. Vide o São Paulo, o Fluminense e o Flamengo (Vinicius Junior). Só
que para o Vasco não é a venda de um carro de segunda mão, de um sapato, de uma
camisa com um jacaré bordado ou de um celular. É a venda de seu melhor jogador.
E não só o melhor jogador do elenco, mas também o sujeito que arma, desarma,
corre e finaliza. Uma raridade em uma programação em que as contratações não
deram certo ou fizeram pouquíssima diferença no estilo de jogo. É só observar Muriqui
(que já rescindiu), Wagner (que vem sendo sondado pelo Sport) e Escudero (que é
observado pelo Vitória). Isso com apenas
sete meses de clube.
“Será possível repor as peças com
esse dinheiro”, dizem os mais otimistas. Será que é possível confiar na mão de
quem já recheou o elenco com elefantes brancos, móveis de segunda mão ou
perfumaria de gosto duvidoso? E tem mais: boa parte desse dinheiro (cerca de R$
20 Milhões) vai para o bolso de Carlos Leite, o empresário que vem auxiliando
na montagem do elenco e principal credor do clube.
Toda estratégia de se manter entre
os dez primeiros vai por terra com um time rapinado, lento, apático e sem
estádio. Vira presa fácil de quem está falando menos e jogando mais. Como dizia
Felipe, o genial ex-lateral-esquerdo do Vasco, “Quem ganha a vida com a boca é
cantor”.
Pura realidade, infelizmente!!
ResponderExcluirVai complicar demais sem São Januário... sem jogador de peso... e sem conjunto!
ResponderExcluirO vasco segue numa descendente triste. Não vejo nenhum motivo pra alegria dos rivais. Zoeira à parte, o futebol nacional perde muito com isso.
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