domingo, 13 de agosto de 2017

DE PAI PARA FILHO

Resultado de imagem para pai e filho torcendo pelo mesmo time
Fonte: Papo de Homem
                           

Com o tempo aprendi a respeitar o gosto de cada um pelo seu respectivo time, pois em troca sempre exijo o mesmo. Nunca irão me ver em uma briga ou discussão fútil por conta de futebol. Porém uma coisa me tire e muito do sério: Não falem mal do meu time de coração.
            Nos meus quarenta muito bem vividos anos, o futebol foi e sempre vai ser o meu momento de distração, confraternização, aquele momento aonde conseguia reunir tio, avô , primos, amigos e colegas em torno do mesmo ideal. Era também a grande oportunidade de estar ao lado do meu querido pai curtindo provavelmente o nosso único lazer em comum.       
            Eu e meu pai torcemos pelo mesmo time. E da mesma forma que ele me ensinou coisas como: caráter, seriedade, respeito, saber como agir nos diversos momentos da vida e com isso absorvi também o grande amor pelo clube. Meu pai é o meu grande ídolo, por isso que falar mal do nosso time é o mesmo que ofender a minha memória afetiva. Era o nosso grande momento aonde aparávamos arestas, conversas francas, pedidos de desculpas e até lições de vida.
            Obrigado pai por ter despertado em mim a paixão pelo futebol. E para quem ainda tem a presença física dos seus pais e gostam de futebol eu recomendo: vá ao estádio com ele. Vale muito a pena !
Antes que terminar, deixo aqui o meu recado para a galera que “não liga para futebol”, aos que “só aparecem quando ganham” e aqueles “que não conhecem pelo menos 3 jogadores” na escalação: Se o fato de eu ter uma opinião firme é ser fanático, visto esta “carapuça” com enorme prazer !

PAPO RETO:

1) Neymar no PSG: Grande elenco sendo montado ou uma “escala” para Madrid?

2) Com o “cartola” além do sujeito achar que é um super técnico de futebol, perderam totalmente a noção ao questionarem o cancelamento do jogo do Fluminense devido a morte do filho do Abel Braga. Quando o ser humano irá parar de me fazer ter vergonha? 

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Deixem os garotos brincarem!


Na partida contra o Atlético-PR, em Volta Redonda, o técnico Milton Mendes deve escalar o Vasco com a seguinte formação: Martín, Gilberto, Rafael Marques, Jomar e Ramon; Jean, Bruno Paulista, Guilherme, Mateus e Paulinho; Paulo Vitor.
De acordo com o que foi observado no último treinamento, o meia Escudero deu lugar a Guilherme, o que faz com que o time seja claramente leve e em busca de uma maior ofensividade. Foi essa leveza na parte ofensiva que levou o Grêmio a conquistar uma vitória por 3 a 1, pela Copa do Brasil, em cima do mesmo Atlético-PR, que vem para o duelo sem dois importantes jogadores, Douglas Coutinho e Thiago Heleno. A opção de Mendes é para jogar em cima dos avanços dos laterais e da lentidão dos zagueiros do Atlético-PR.
O maior perigo atleticano vem dos cruzamentos de Sidcley e Cascardo para o meio da área, conhecido defeito dos defensores vascaínos. A defesa experiente escolhida pelo treinador Mendes terá que ficar de olho no habilidoso Ribamar, ex-Botafogo, que será o responsável principal para tentar vazar a meta do goleiro vascaíno.
O rubro-negro paranaense vem fazendo uma campanha ruim no Campeonato Brasileiro. Ele soma 17 pontos e está em 17º lugar, a primeira posição do Z4.
É um excelente jogo para o Vasco se autoafirmar e passar confiança para os garotos que buscam um lugar definitivo nesse time da Colina. Caso vença o jogo de hoje, o Cruzmaltino somará 26 pontos, ultrapassará o rival Botafogo e fica somente a um ponto do Sport, que é o 6º colocado, a última vaga de qualificação para a Libertadores 2018.



Felipe Melo no Vasco?


Cuca afastou Felipe Melo por estar tumultuando um ambiente que carece de tranquilidade para ter identidade. O Palmeiras contratou jogadores de destaque para ser o protagonista dessa edição, mas, seja por direção ou falta de encaixe das peças, o time paulista ainda não engrenou. Apesar de ter jogadores de respeito como o meia Guerra, o zagueiro Mina e Dudu, o alviverde vem apresentando inconstância na atual temporada. Jogadores importantes no passado como Fernando Prass, Tchê Tchê e Zé Roberto também já não rendem como antes. E a contratação badalada de Borja ainda não fez valer o investimento caro. Melo se ejetou ao praticar seu esporte predileto em um ambiente já sensível: provocar polêmicas.
Com uma filosofia de trabalho que já afastou jogadores indisciplinados ou insatisfeitos como Rodrigo e Nenê, Milton Mendes vai tentando encontrar a melhor formação para o Vasco. E nisso está conseguindo resultados que fazem com que o time esteja em plena disputa de uma vaga para a Libertadores 2018. A mescla de garotos e jogadores mais rodados está trazendo o que o treinador e a torcida desejam. O técnico está em busca de profissionalismo e tranquilidade para trabalhar.
Para a minha surpresa, quando Cuca confirmou a dispensa de Felipe Melo, alguns vascaínos defenderam a hipótese de o polêmico jogador ir para São Januário. Não há a menor condição. O excesso do lado torcedor rubro-negro que há nele (faria com que ele mesmo não quisesse jogar pelo Vasco), o histórico de tumultuador de ambientes, o altíssimo salário e o pouco acréscimo que traria em termos de volume de jogo. Além disso, o clube tem uma série de opções no meio para exercer a função de volante. Marcelo Mattos, Andrey, Jean, Wellington, Cosendey e Bruno Paulista são os nomes relacionados no elenco. Fora os improvisos de Escudero ou Mateus Vital. Sem nenhuma chance.

Aos 34 anos, Felipe Melo ainda se mostra um jogador de boa visão de jogo e marcação, mas, por conta de sua verborragia, não encontra mais mercado nos grandes de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Somente um clube da Região Sul, Nordeste ou Minas Gerais ainda poderia tentar correr esse risco. Fora isso, só resta ao veterano falastrão ir ganhar mais uns caraminguás no futebol do Oriente Médio, EUA ou China. 

domingo, 30 de julho de 2017

Um futebol campeão para cada tempo

     
     Uma das maiores características do Corinthians nesse campeonato é o oferecimento da posse de bola ao adversário. Com esse gesto, o alvinegro combate, toma a bola e mata a partida em quatro ou cinco lances. Sem grandes sufocos na defesa, o time de Carille tomou sete gols até o jogo com o Flamengo. Um grande goleiro, laterais seguros, zagueiros bem postados, volantes voluntariosos e de boa saída
     O primeiro tempo contra o clube da Gávea indicava que o curso das outras dezesseis partidas seria o mesmo. Ainda que os primeiros minutos indicassem uma pressão maior que o habitual do time paulista, o Flamengo também se apresentou como um adversário ferrenho. Até o lance do primeiro gol de Jô (mal anulado), as ações seguiam equilibradas. Quando houve a ameaça de abertura do placar, o clube carioca murchou feito balão apagado. O Corinthians abriu o placar e dominou as ações do primeiro tempo.
     O primeiro gol corintiano exibiu uma falha habitual da defesa de José Ricardo: bola entre o zagueiro e o lateral direito para a progressão do atacante, que surge nas costas e aposta corrida. E foi exatamente assim. Lançamento entre Rever e Pará. O lateral errou a passada, perdeu na velocidade e viu Jô sair na cara do gol. Ao contrário do comentarista Casagrande - que viu falha no fechamento do ângulo do goleiro Diego Alves -, eu o isento de culpa. Não houve falha. Houve mais mérito de Jô, o atacante corintiano. O goleiro teve participação segura e efetiva no resultado final. Excelente aquisição.
     O segundo tempo mostrou um jogo completamente diferente, com o Flamengo sendo muito perigoso e dominando as ações. Além disso, o time rubro-negro também apresentou uma segurança incomum na defesa. E essa segurança deve ser ampliada com a entrada de Rodolpho. E a isso foi somada a esperada classe de Diego e Everton Ribeiro e a garra de Guerrero. O rubro-negro ameaçou a meta de Cássio e deu a impressão de que pode pensar em voos maiores se os cochilos da defesa não voltarem a acontecer. E outra: a Arena do Flamengo tem que causar desconforto no visitante, não o contrário.
     O torcedor ficou com a visão de que a formação está muito próxima do ideal. Com 70% de posse de bola, o Flamengo arranhou o líder em sua própria casa. E teve chances de sair com os três pontos. Isso não é pouco diante de um time sólido como o Corinthians, que apresenta todos os predicados para ser campeão.

17ª Km do Grande Prêmio do Brasileirão

      
      A 17ª rodada do Campeonato Brasileiro guarda dois confrontos que podem ser determinantes para a sequência do torneio.
     Na Arena Corinthians, o time paulista, o atual líder, recebe o Flamengo (28 pts/5º colocado), que vem querendo fazer o virtual bom elenco se converter em algo afinado dentro das quatro linhas, o que só foi visto até agora em momentos das partidas ou em lances de efeito de Diego, Everton Ribeiro e Guerrero. Outro Calcanhar de Aquiles do time rubro-negro é a lentidão e a hesitação da defesa, a maior responsável pelos instantes de turbulência entre torcida/time/diretoria. Depois de uma partida ruim contra o Santos, pela Copa do Brasil, Rafael Vaz deve lugar ao experiente Juan. Outra incógnita é a participação de Rever no importante embate. Caso o jogador não atue, o técnico José Ricardo deve optar pelo improviso do volante Rômulo na zaga, o que deixa tudo ainda mais incerto para o lado vermelho e preto.
     Pela ordem lógica das coisas (que não costuma imperar no futebol), o Corinthians deve praticar o seu jogo regular de marcação forte, finalizações certeiras e sair com êxito pelo placar mínimo, ampliando ainda mais a vantagem (ou mantendo) para os atuais postulantes do torneio.
     O outro confronto de peso é Grêmio (32 pts/2º colocado) x Santos (30 pts/3º colocado), na Arena do Grêmio. O envolvente time de Renato Gaúcho confronta o perigoso grupo de Levir Culpi. Os gaúchos devem fazer seu maior volume de jogo sair triunfante, mas não será surpresa se o empate for o resultado final. Situação que prejudicará muito as pretensões de título de ambos.
     O Palmeiras fez seu dever de casa ao derrotar o Avaí, um dos frequentadores fieis do Z4. Apesar da teórica superioridade de seu elenco, os comandados de Cuca, embora se mantenham no bolo do G6, ainda passam longe do que se esperava ver deles na disputa, com conflitos e um esquema que não apresenta um DNA.
     A atual fase do campeonato deve confirmar os cinco primeiros como os protagonistas definitivos dessa edição. E caso o Corinthians cruze a linha do segundo turno com a vantagem atual, o clube já segurará a taça com uma mão. 


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Jair Ventura, o Harry Houdini de General Severiano


“Não dá mais para duvidar do Botafogo”
Paulo Vinicius Coelho

Harry Houdini era o pseudônimo adotado por Ehrich Weisz, um mágico de origem húngara. Entre outros feitos ao longo da carreira, Houdini é sempre lembrado como um mestre maior do escapismo, que na ordem dos mágicos seria o truque de se evadir de lugares impossíveis, sempre em posição indefesa. O mágico executou a façanha da Câmara de Tortura Aquática, do Caixão, da Brava Correnteza e vários outros truques com algemas e celas de cadeia.  
Jair Ventura assumiu o Botafogo em agosto de 2016. Quando o treinador assumiu o Botafogo, o clube patinava na 17ª posição do Campeonato Brasileiro. Com um time herdado de Ricardo Gomes, que tinha optado por aceitar um convite do São Paulo, Ventura assumiu com a anuência do grupo. Curiosamente o primeiro adversário dessa nova leva foi o próprio tricolor paulista, em jogo no Morumbi. Com um time de qualidade duvidosa e eleito pelos especialistas como um dos favoritos ao descenso daquela edição, o Botafogo venceu pelo placar mínimo, com um gol de Sassá.
Gomes, o seu antecessor, retirou-se com uma campanha que somava 23 pontos, com 6 vitórias, 5 empates e 8 derrotas, um aproveitamento de 42,59%, que deixava o time na zona de rebaixamento do Brasileirão. Ironicamente tudo isso aconteceu no espaço de um turno, o que nos permite comparar as campanhas de maneira próxima do justo. Assumindo no primeiro jogo do returno, Ventura cravou 36 pontos, com 11 vitórias, 3 empates e 5 derrotas, um aproveitamento de 66%, muito próximo das marcas dos campeões e com credenciamento para a Libertadores-2017. E tudo isso sem a chegada de nomes que pudessem provocar grande comoção entre os torcedores e a mídia. Pautado em uma defesa firme, um Camilo inspirado, um Neilton recuperado e um Sassá brilhando, o mágico Jair executou a primeira de suas proezas e escapou dos lugares comuns para onde tinha sido enviado pelos corvos da degola.
Com as chegadas de Roger, Gatito Fernandez e João Paulo, o Botafogo ganhou novos nomes para o trabalho operário. No entanto, o que mais empolgou o torcedor foi a chegada de Montillo, contratado junto ao Shandong Luneng, da China. Uma cartada que prometia um aumento das jogadas de brilho e de criatividade do alvinegro carioca. A possível dupla com o argentino mexia com a imaginação do torcedor e da imprensa esportiva. Não foi o que se viu ao final, pois, com as constantes lesões de Montillo e a insatisfação de Camilo, o meio prometia se converter uma zona árida, somente habitada por destruições e passes laterais. Viriam mais mágicas do comandante Ventura.
Ao longo da temporada 2017, o Houdini de General Severiano realizou seus maiores feitos na competição mais cobiçada pelas torcidas tupiniquins, a Taça Libertadores. Sempre enfrentando os prognósticos de eliminação precoce, o Botafogo derrubou adversários com uma experiência maior do torneio, tais como Colo-Colo, Olímpia, Estudiantes e Atlético Nacional. As armadilhas sempre foram transpostas pelo bravo ilusionista. Inclusive com os dois primeiros times sendo derrubados em batalhas épicas, decididas pelo eficiente jogo de forte marcação, oferecimento da posse de bola ao rival e saída rápida para finalizar as partidas com a aposta nos contragolpes puxados pelos laterais, Bruno Silva (uma das gratas surpresas desse ano) e Rodrigo Pimpão.
Os atletas são fieis e respeitam todas as marcações do treinador, o que quase sempre garante o êxito ou algo próximo do que é programado. Em ocasiões em que tentou fugir de suas características de forte pegada, em benefício de uma equipe mais criativa, o Botafogo foi batido por rivais considerados menores, o Barcelona-EQU (0-2) e o Avaí (0-2), sempre em embates disputados no Engenhão.
Um novo escapismo foi realizado na Copa do Brasil, onde o Botafogo superou o Atlético-MG pelo placar agregado de 3 a 1. Por conta de um elenco mais encorpado, com cinco selecionáveis e peças como Otero e Cazares, o Galo era visto como favorito por uma parte dos torcedores e da mídia. Até venceu o primeiro jogo, mas não deu conta de segurar um Botafogo que jogou com eficiência e se manteve leal aos seus princípios.

E uma última coisa: alguém lembra primeiro que Jair Ventura é filho de um grande campeão?

terça-feira, 18 de julho de 2017

Um profissionalismo limitado: Camilo de saída do Botafogo

Foto: Vitor Silva /SSPress /Botafogo
A relação entre clube e jogador de futebol, no Brasil, ainda é muito frágil. Por que mesmo depois de alcançar o sucesso e o status de "ídolo" na temporada passada, Camilo abandona o projeto da Libertadores da América no Botafogo e opta por jogar a série B do Campeonato Brasileiro? A resposta pode ser mais óbvia do que se imagina. Infelizmente, no futebol brasileiro, nem jogador nem clube estão acostumados a trabalhar com o conceito de "elenco". Com a saída de Camilo, Marcus Vinícius deve se firmar como titular.

O início da temporada 2017 de Camilo foi repleto de desafios, porém superado com habilidade e muito trabalho duro. O meia sofreu com a chegada de um homem de referência com currículo mais encorpado e com peso de grande contratação. Porém a dificuldade de Montillo alcançar a plena forma física abriu espaço para que o antigo camisa 10 fosse importante na difícil tarefa de levar o clube alvinegro à fase de grupos da maior competição sul-americana e depois às oitavas de final. Sem contar a convocação para a Seleção brasileira, em amistoso solidário contra a Colômbia em prol das vítimas da tragédia com a Chapecoense, seu ex-clube.

Porém mesmo após a aposentadoria de Montillo, o meia ofensivo não conseguia repetir a boa forma do início da temporada e nem mesmo ser decisivo como na temporada passada. Para o jogador brasileiro, a falta de regularidade não é bem aceita e o banco de reservas é sempre o pior pesadelo. Não é comum o jogador brasileiro conquistar a sua condição de titular após um momento ruim. A cultura do nosso futebol faz crer que toda solução passa por uma "mudança de ares" ou a criação de um "fato novo", algo mais visível nas constantes mudanças de técnico.

Camilo tinha a confiança e a boa vontade de Jair Ventura para continuar trabalhando e retomar sua posição com seu talento e trabalho. Poderia ficar marcado por integrar um elenco que muito provavelmente irá disputar as quartas de final de uma Copa Libertadores da América e tem grandes chances de ir longe tanto no Brasileirão quanto na Copa do Brasil. Entretanto não teve paciência, algo já demonstrado na primeira vez que o técnico barrou o jogador de uma partida decisiva pela Libertadores.

Não pode-se negar que a torcida já não vinha tendo paciência com o jogador. Porém o torcedor é passional ao extremo e não pode ser cobrado por um trabalho que é da diretoria e do técnico: avaliar quem está melhor habilitado para ajudar o time. Uma pena para Camilo e para o Botafogo, que não conseguiram ter maturidade para superar o momento difícil. Agora o Botafogo contenta-se com um atacante, ainda imprevisível (Brenner foi envolvido na negociação) e contenta-se Camilo que terá a missão de jogar a série B pelo Internacional, procurando ser a referência que o time de Guto Ferreira tanto precisa e driblar as muitas dificuldades que afastam o Colorado do retorno à elite.

Surpreende essa negociação acontecer no Botafogo, tão elogiado deste a temporada passada pela eficiência e profissionalismo do departamento de futebol. Agora só o tempo dirá se a decisão foi a mais acertada para as duas partes.

ME RESPEITA !

Resultado de imagem para Futebol de rua
 Fonte; Opinião Esportiva- Renan FM
Me respeita que eu sou do tempo que o jogador era apenas destaque nos jogos. Passavam longe de revistas de fofoca e das páginas policiais.

Me respeita que eu sou do tempo da chuteira preta. As raras que eram coloridas vestiam apenas os craques...e não qualquer um como nos dias de hoje.

Me respeita que eu sou do tempo da saudosa e falecida “geral” do Maracanã. O verdadeiro espaço democrático do futebol que foi “assassinado” pelo “futebol moderno”.

Me respeita que eu sou do tempo que os laterais sabiam cruzar e fazer jogada de linha de fundo. Os de hoje são de “isopor” e nunca chegam ao fundo.

Me respeita que sou do tempo das bandeiras, faixas e sinalizadores. Lugar de mosaico e torcedores sentados não é em campo de futebol.

Me respeita que sou do tempo que se ia aos jogos com o radinho colado no ouvido. Acompanhar Cartola e “tirar selfies” felizmente não era possível.

Me respeita que eu sou do tempo que o carro dos jogares grandes jogadores eram o Mitsubishi, Omega, Miura, Santana. Hoje qualquer perna de pau está andando de Land Rover.

Me respeita que eu vi grandes jogadores sendo realidade nos grandes clubes do Brasil. E não eram ídolos pelo que fizeram apenas lá fora.

Me respeita pois eu vi Bangu, Guarani, Bragantino, Bahia entre outros formarem grandes times e jogarem de igual com os gigantes do futebol nacional.

Me respeita que sou da época de jogar na rua e com o gol sendo marcado com chinelo. Jogar em quadra era um artigo de luxo. Grama sintética ? Só em sonhos...



O Futebol brasileiro precisa urgentemente voltar a se dar ao respeito ! Antes que vire apenas fotos amareladas nos recortes de jornal...


Sergio Henrique Homem- 18/07/2017



Neymar no Paris Saint Germain?


Depois de algumas temporadas fazendo sucesso ao lado de Messi e Suarez no Barcelona, Neymar parece ter aceitado a proposta do francês Paris Saint Germain. É um baque para os amantes do ataque letal do time catalão. Algumas notícias sobre a insatisfação apareceram na imprensa nos últimos tempos, mas ninguém levou isso tão a sério. É um daqueles casos que ninguém pensaria que fosse acontecer agora, pois, em termos de estrutura e visibilidade, o time francês fica muito aquém do espanhol. Além da óbvia questão financeira, a possibilidade de ser o protagonista de uma equipe deve ter levado Neymar a pensar, ao menos, em seguir tal caminho.
Caso tenha sido a decisão final do atleta, eu penso que o melhor seria aguardar para ter esse tipo de condição no Barcelona. Lembremos que o próprio Messi esperou o momento de Ronaldinho Gaúcho para ter a sua vez. Estabilidade é melhor do que a glória incerta. O arrependimento pode estar acenando na esquina seguinte.

Segundo informações do repórter Marcelo Bechler, dos Canais Esporte Interativo, o Paris Saint Germain pagará cerca de R$ 922 Milhões para ter a habilidade do ex-jogador santista e para quitar a multa rescisória do contrato que estaria vigente até junho de 2021. "Não tem nenhum clube que pague a cláusula de Neymar", disse Robert Fernandez, o secretário técnico do Barcelona. O dirigente tem que aprender que não há limites para superar o caminho entre a cobiça e a conquista. Esse é o mundo capitalista. E isso vai muito além de futebol.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Vaia de bêbado não vale


O Santos jogava contra o Grêmio, pelas quartas de final da Copa do Brasil, quando o goleiro Aranha começou a ser insultado por uma parte da torcida do Grêmio, que o agredia com gritos de “macaco” e com imitações toscas do animal. Quando o fato ocorreu, o goleiro chegou a alertar o árbitro, que mandou o jogo seguir normalmente. O episódio só ganhou uma dimensão maior por conta da exibição e alerta gerados pelos canais de TV. Patrícia Moreira, uma torcedora do tricolor, foi flagrada e acusada junto com mais outros três espectadores. O STJD tomou providências cabíveis na ocasião. O Grêmio foi eliminado da competição por conta da atitude rasteira de sua plateia. Não aprenderam nada.
Três anos se passaram desde o episódio lamentável. O que se esperava era que houvesse conscientização dessa parcela agressora da torcida gremista. Não foi o que se viu no último domingo. O arqueiro, agora atuando pela Ponte Preta, escutou vaias vindas das arquibancadas da Arena do Grêmio nos noventa minutos de partida. E partiu da maioria dos espectadores. O ato parece demonstrar que a torcida acredita que Aranha não tivesse o direito de se posicionar perante uma atitude tão grosseira quanto é o racismo. Em mundo já tão brutalizado e tão recheado de violência, como as cenas que povoaram São Januário na semana anterior, o torcedor resolve rabiscar mais um capítulo deplorável na história recente dos estádios. A bestialidade psicológica, ao contrário do que pensam alguns, pode ser mais pontiaguda do que a física em algumas passagens.

Com a cabeça quente por causa da situação, o goleiro observou um cartaz com um pedido de desculpas, reconheceu o posicionamento diferenciado, mas não voltou atrás no tom das críticas. “É uma bela intenção. Quem escreveu o cartaz, de cara você já vê que é uma pessoa diferente das outras que assistem ao jogo aqui. Infelizmente, o cartaz não reproduz a verdade”, disse o jogador. O presidente gremista lamentou o entrevero e jogou a responsabilidade no colo de Aranha, que, na opinião dele, não devia ter reativado a animosidade quando deu declarações no pós-jogo. "O Grêmio trata o assunto como encerrado. Não foi justa. Quando o Aranha faz uma manifestação dessa, ele revive. Conseguiu manter contra ele sempre uma reserva, certa rejeição de quando atuar aqui", falou Romildo Bolzan, o presidente do Grêmio. Ou seja, o dirigente gremista acredita que o goleiro deveria ter encarado a violência com silêncio, para ser melhor recepcionado em outras visitas. Bolzan diz nas entrelinhas que os gestos antipáticos encontraram uma justificativa. E ele deveria ser o primeiro a refutar qualquer coisa do gênero.
Para o arqueiro e outros que sofrem do mesmo expediente detestável do racismo velado, o argumento indefensável é que, como diz o genial Tom Zé, “vaia de bêbado não vale”.


  

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Diego Alves é do Flamengo

   
     Segundo o Deporte Valenciano, portal de notícias do Valencia, o goleiro Diego Alves, 32 anos, fechou contrato de quatro anos com o Flamengo. Com a aquisição do arqueiro Neto junto à Juventus, o clube espanhol optou por liberar o atleta brasileiro, que representava um salário polpudo para o time de Valencia. Quanto ao que diz respeito à opção do atleta pelo clube carioca, a intenção é apostar na força do elenco e buscar o olhar do técnico Tite para as próximas convocações visando a próxima Copa do Mundo. E fatalmente deve ser um dos três escolhidos para a posição se mantiver o nível dos últimos anos.
     Alves também chega para suprir uma carência do elenco, uma vez que Alex Muralha, o ex-titular, caiu em desgraça com a torcida, e Tiago, o atual número um, ainda careça de mais experiência para envergar uma camisa que já abrigou Raul, Fillol e Júlio César. Trata-se de um goleiro com muitas virtudes e que não deve demorar para fazer a diferença dentro de um campeonato com a exigência do Brasileirão. Excelente aquisição, um dos maiores acertos da gestão Bandeira.
    Antes da chegada ao Flamengo, o goleiro também já defendeu o Atlético-MG e o Almeria.
   

Quanto você fez no Cartola?


“Quanto você fez no Cartola?”
Em uma terça-feira ou em uma sexta-feira, antes mesmo de um bom dia, essa pode ser a primeira frase que você ouvirá em um ambiente de trabalho, na escola ou na rua. E a resposta pode resultar em risos de escárnio ou um olhar que abriga admiração e espanto. O exímio jogador de Cartola FC pode ter mais crédito na praça do que um chefe de estado brasileiro (se bem que isso não representa nada nos dias de hoje). Meninos e meninas fazem do jogo alguma coisa em que o gênero não tem a menor importância. Independente do sexo, alguns deles passam as horas que antecedem os jogos buscando a alquimia ideal para colocar seu nome no topo da tabela.
Criado e mantido pela Globo.com, o Fantasy Game surgiu no ano de 2005. Como o próprio nome já denuncia, o jogador atua como um dirigente de futebol que, baseado na realidade dos jogos do Campeonato Brasileiro, tem a função de montar a equipe com a quantia inicial de Cem Cartoletas (a moeda do Fantasy Game). O poderio financeiro pode ser ampliado conforme o jogador consegue obter êxito com as atuações dos atletas escolhidos ( Como funciona: Sistema de Pontuação ) .
Já no ano de estreia, os jogadores apostavam suas fichas em jogadores que ampliariam a sua capacidade de competir e que seriam “de confiança” pelo que se via nos gramados. Era o ano em que Petkovic (Fluminense), Romário (Vasco), Fernandão (Internacional), Alex Dias (Vasco), Róbson (Paysandu), Tevez (Corinthians) e os defensores Rogério Ceni (São Paulo), Gabriel (Fluminense) e Juan (Fluminense) faziam a festa dos competidores. Era um jogo sob medida para os amantes de futebol. Apenas eles, os viciados das quatro linhas, ganhavam um novo clubinho no quintal das disputas futebolísticas.
De uns anos para cá, o Cartola deixou de ser um jogo para os entendidos em futebol. Há um fanatismo que se infiltra até entre pessoas que desconhecem a dinâmica do esporte bretão. E trouxe uma curiosidade com essa popularidade: mais vale pontuar no joguinho do que torcer para seu próprio time de coração se dar bem na rodada. Se o clube pelo qual você torce não vai bem das pernas, não há mal nenhum em trazer uma das peças de um arquirrival para integrar sua escalação. E esse adversário histórico pode até ganhar a torcida de alguém que o detesta se isso puder gerar uma pontuação maior. Segundo a lógica atual, pior mesmo é ser superado no jogo por algum amigo que tenha o hábito da jogatina.
Um time deixou de vencer, empatar ou perder. Pela ótica dos praticantes, o que acontece agora é que um clube fortalece ou afunda um usuário. Por exemplo, apostando em uma boa performance do Botafogo, que vinha de boas exibições, os competidores povoaram suas escalações com jogadores do alvinegro contra o Avaí. Acabou com vitória do clube de Santa Catarina, que nunca foi tão xingado por trair um pacto que nunca selou. E temos outras amostras: o jogador que tomou cartão, o que foi substituído, o que marcou gol contra ou o que foi apático em campo. São modelos de coisas que enervam o espectador moderno.  
O entretenimento ficou tão popular que até os jogadores pedem para ser escalados ou prometem ter bom desempenho nas partidas. Eles também jogam e se alfinetam com base nos dados estatísticos. A Globo e o Sportv – muito por conta de ser um produto criado pelo seu grupo – exibem os pontos dos atletas de destaque como complemento de sua transmissão. Parece que não há mais como ver uma partida de futebol sem pensar nos pontos acumulados no desenrolar de um ciclo de embates.

E uma perguntinha, amigos: que horas fecha o mercado?

quarta-feira, 12 de julho de 2017

INACEITÁVEL

FONTE: Página 1 News
O torcedor vascaíno acordou muito mais chateado com a destruição e depredação do seu patrimônio do que com a derrota. Inaceitável atitude, principalmente para os que se diziam orgulhosos de ter “casa própria”.
Vamos esquecer essa babaquice irresponsável de “campeonato a parte”. Esquece também o batido e desnecessário discurso do “eu tenho estádio”, “território hostil”. E de bônus acordem para a realidade de que com este time “meia boca” seria possível escapar da zona de rebaixamento contando os jogos em casa. O que aconteceu no último sábado no estádio foi uma mistura de sentimentos que em nada combinam mais com futebol.
A frustração por não conseguir derrotar o seu principal rival é uma mistura de prepotência e falta de visão. Querendo ou não, o momento do adversário é superior, sem contar que ser derrotado em clássicos não é absurdo algum, ainda mais quando seu time dá apenas um chute a gol. Não há o que reclamar.
Fica a certeza de que com este elenco sofrível o pesadelo segue até o final da temporada. Jogadores que foram destaques em anos anteriores não conseguem emplacar um bom momento. Baixa qualidade técnica, pouca raça e ainda menos força de vontade… Sem falar no técnico que a cada jogo perde ainda mais o elenco. Questão de tempo ser fritado em definitivo.
Há a sensação de que o atual presidente não tem mais a menor condição de se manter no cargo. Perdeu aliados históricos e está cada vez mais isolado. Cabe lembrar que estamos em ano de eleições no clube e longe da ponta deste complexo iceberg que, por conta da  péssima gestão do ex-jogador Roberto Dinamite, ficou a ideia de que o clube não possui uma alternativa nova e com qualidade. Já passou da hora de se rever este conceito. O torcedor tem direito a gritar “Fora Eurico” ou “Fica Eurico”. O que não pode é essa selvageria contra quem pensa diferente… E o Vasco já teve a fama de ser um clube democrático.
Que o Vasco não esqueça sua honra.
Paz nos estádios
Fonte: Blog Futebol Retweet
                   
PAPO RETO 

1) Muriqui se desligou do clube. Excelente reforço esta notícia!
2) Quem são ou quem é o padrinho do “presente de natal” Escudero e do Mateus Vital?


Sergio Henrique Homem- 10/07/2017 

Quem ganha a vida com a boca é cantor


                É preciso saber lidar com um fato incontestável: o time atual do Vasco é frágil. Muito frágil. O torcedor fica com receio de exercer o seu papel de vibrar e se exaltar. É mais ou menos como se portar com empolgação com A Hora do Brasil ou com a programação da Rádio Relógio.
A defesa toma gols que causam a revolta do mais inexperiente jogador de várzea. Marcam a bola, vão no oponente de primeira e fazem pênaltis que até a cartilha do fraldinha condena. Há algumas peças que soam como pontos fora da curva e conseguem colocar a equipe em um nível de competição, de buscar o resultado, sem show. Martin Silva, Nenê, Douglas e Luis Fabiano são jogadores que fazem a diferença. Mas é preciso lidar com a realidade, saber que há uns dez times ou mais que superam o cruzmaltino em elenco e técnica. Os jogos mandados em São Januário serviriam para deixar a balança mais a favor do mandante. Com o anúncio da interdição do estádio, nem esse fator de desequilíbrio existe mais.
            Na noite de ontem, as redes sociais estavam em polvorosa com a informação de que o BID da CBF havia publicado a rescisão do meia Douglas com o Vasco. O clube rapidamente negou uma transferência em curso. Como nada fica oculto por muito tempo na internet, as redes voltaram à carga e anunciaram que o jogador de 19 anos havia sido adquirido pelo Manchester City, pelo valor de € 13 Milhões (R$ 55,7 Milhões). A venda das revelações se tornaram a principal fonte de receita dos clubes brasileiros. Como em uma loja de shopping, os clubes poderosos da Europa e da China escolhem o que interessa na vitrine e pedem para colocar em uma bela embalagem. Vide o São Paulo, o Fluminense e o Flamengo (Vinicius Junior). Só que para o Vasco não é a venda de um carro de segunda mão, de um sapato, de uma camisa com um jacaré bordado ou de um celular. É a venda de seu melhor jogador. E não só o melhor jogador do elenco, mas também o sujeito que arma, desarma, corre e finaliza. Uma raridade em uma programação em que as contratações não deram certo ou fizeram pouquíssima diferença no estilo de jogo. É só observar Muriqui (que já rescindiu), Wagner (que vem sendo sondado pelo Sport) e Escudero (que é observado pelo Vitória).  Isso com apenas sete meses de clube.
            “Será possível repor as peças com esse dinheiro”, dizem os mais otimistas. Será que é possível confiar na mão de quem já recheou o elenco com elefantes brancos, móveis de segunda mão ou perfumaria de gosto duvidoso? E tem mais: boa parte desse dinheiro (cerca de R$ 20 Milhões) vai para o bolso de Carlos Leite, o empresário que vem auxiliando na montagem do elenco e principal credor do clube.

            Toda estratégia de se manter entre os dez primeiros vai por terra com um time rapinado, lento, apático e sem estádio. Vira presa fácil de quem está falando menos e jogando mais. Como dizia Felipe, o genial ex-lateral-esquerdo do Vasco, “Quem ganha a vida com a boca é cantor”.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Já temos um campeão?

 
    

            Em um romance policial, a dinâmica necessita de um assassinato e de suspense em torno do crime. Para que o mistério valha a pena, é necessário que haja um jogo de gato e rato entre, respectivamente, leitor e escritor. E se o escritor adiantar o assassino, a história ainda terá a mesma graça? Os supostos assassinos do Campeonato Brasileiro chamam-se Douglas Friedrich, Simão e Júnior Dutra, membros de um grupo chamado Avaí. Eles são acusados de assassinar o suspense a sangue frio. O primeiro deles, o goleiro, é responsável por premeditar várias defesas miraculosas e pegar um pênalti; os demais são os autores de dois gols que derrubaram a vítima, reconhecida como Grêmio. Há 29768 testemunhas oculares de um crime que pode tornar inédito o andamento desse campeonato. O tricolor foi enterrado vivo em seu jazigo. Ainda há esperanças mínimas de que possa imitar Lazaro e ressurgir diante de seus torcedores. Foi embora o desejo de ver a perseguição entre a tática de Carille e o jogo bonito de Renato Gaúcho.
 O Campeonato Brasileiro está ganhando contornos mais claros nessa décima segunda rodada. A disputa acirrada não deve ser uma característica dessa edição. O campeão mimetiza um Usain Bolt: bota dois corpos de vantagem e sorri para as câmeras. É a organização tática, o jogo de xadrez do Corinthians que puxa a fila com nove pontos de vantagem para o novo segundo colocado, o Flamengo. O rubro-negro carioca tem um plantel bom, mas ainda não se confirmou como um time estabelecido, confiável. Empolga observar Diego e Everton Ribeiro juntos, mas resta saber se a defesa vai colaborar para o êxito. Santos, Grêmio, Palmeiras e Atlético-MG têm oscilado muito. O Botafogo só tem olhos para a Libertadores. O resto briga para figurar em uma Sul-Americana ou para não ter sua escalação narrada por Silvio Luiz na Rede TV! É uma tarefa complicada buscar esses nove pontos de diferença contra um time que prima pelo equilíbrio e que está invicto.
Três partidas serão determinantes para que o Corinthians tenha uma estrada segura até o fim do torneio. São os jogos contra o Palmeiras (13ª rodada/fora), Flamengo (17ª rodada/casa) e Atlético-MG (18ª rodada/fora). Caso vire o primeiro turno com uma vantagem igual a oito pontos ou mais, o caneco já pode ser embrulhado para presente e arranjado na sala de troféus da Arena Corinthians. 

O Ídolo Renasceu

Foto: Vítor Silva/ SSpress/ Botafogo

O mito voltou. Apenas essa frase pode definir o sentimento de qualquer alvinegro depois da reestreia do goleiro Jefferson, após mais de um ano fora do time por conta de uma rara lesão no tríceps. E foi apenas isso que salvou a noite para o Botafogo, que faz um Brasileirão apático.

A missão de ser ídolo traz consigo algumas obrigações cruéis. Para o glorioso goleiro (me permitam chamar assim o arqueiro do glorioso, pois que a alcunha me soa com perfeição) a responsabilidade era lidar com a badalação do talentoso Gatito. E em mais uma prova de rara aptidão para o cargo de referência, Jefferson aceitou com humildade o banco de reservas e aguardou pacientemente sua chance de voltar a brilhar. O concorrente (jamais rival!) parecia reconhecer pelos treinamentos que seria difícil brigar pela posição uma vez que o eterno camisa 1 do gol alvinegro retornasse a campo. Acertou em cheio.

Uma atuação que beirou a perfeição contra o Atlético Mineiro fez com que seus algozes reconhecessem o talento do goleiro e justificassem (apropriadamente, diga-se) o "fracasso" do empate pelas mãos milagrosas de Jefferson.

O técnico Jair Ventura já deixou claro que Gatito é o dono da posição. Justiça aceitável. Porém o torcedor do Botafogo agora respira aliviado. Não deve cair em nenhuma das competições que disputa por falhas de goleiro, como em anos anteriores.

No entanto a notícia de que Gatito interessa a um clube italiano já não assusta mais a torcida, que poderá se despedir com bastante gratidão do goleiro, ao que tudo indica apenas no final da temporada, e ainda terá a segurança de um ídolo em baixo das traves.

sábado, 8 de julho de 2017

"O horror em São Januário"

 
 Mandar jogos em São Januário contra o maior rival é, no mínimo, sinal de pouco juízo. Há uma situação atual que não é nada favorável ao atual comando. O coronelismo de outrora já não tem tantos adeptos. O Coronel Miranda devia ter o cuidado de se observar os estragos em caso de resultado adverso.
  Por outro lado, os torcedores, ainda que o time não seja primor, deveriam ter o cuidado de pensar antes de agir. São Januário tem sido a arma do Vasco para tirar pontos de times mais fracos ou parelhos. Sim, amiguinhos, temos uns dez times - ou mais - que nos superam em elenco e técnica. Perder o estádio por um longo período só oferece mais possibilidades para o vislumbre de uma série B. Fora de casa, o objetivo é passar o campeonato de pires na mão, à espera de pontos que caiam no chão ou que sejam doados. 
E outra questão tão relevante quanto as anteriores: o Vasco também vai jogar no Ninho do Urubu. E o vento que venta lá também venta cá. Algumas lições ainda não foram aprendidas depois de tombos tão feios e sofridos.

Corinthians e a inesperada virtude da disciplina


O Corinthians atual impressiona muito pela força do conjunto e pela fiel reprodução dos comandados aos princípios de Fábio Carille (uma grata surpresa junto com Jair Ventura, coincidentemente adeptos de um estilo de jogo assemelhado). Quando o torneio começou, ninguém esperava que o grupo, sem nomes que impressionassem muito o torcedor ou o adversário, fosse obter uma vantagem tão significativa em um torneio brigado como o Brasileirão. Sete pontos representam alguns quilômetros de distância para os rivais.
    O pilar do alvinegro paulista é a sua defesa. E isso já se sustenta desde o Paulistão. jogo começa a partir dali. Parreira dizia que o importante é não sofrer gols. O Corinthians não os sofre. A vitória e os três pontos só precisam de uma jogada determinante. A tese é provada ao se observar que o time de Carille venceu cinco vezes pelo placar mínimo. Os confrontos contra Vasco(5), São Paulo(3) e Bahia(3) são exceções em número de tentos. E também foram feitos contra times ainda em busca de identidade. No geral, tomou apenas cinco gols ao longo de onze rodadas. Gols que foram marcados por Vasco (2), São Paulo(2) e Chapecoense(1). É importante frisar que o time está há cinco rodadas sem ir buscar a bola nas redes. E o Corinthians enfrentou o interessante Grêmio - time de futebol vistoso e o rival mais próximo - em seus próprios domínios.
    Carille joga com Cássio, Fagner, Pablo, Balbuena, Guilherme Arana, Gabriel e Maycon a serviço da atividade defensiva. Observem que não são os nomes que fazem a diferença. É o posicionamento, o treinamento árduo e a convicção do treinador. Até mesmo selecionáveis como Cássio e Fagner não apresentam um jogo individual superior aos de seus passados. Eles jogam o hoje dos operários. E de jogo coletivo, sem estrelas, o Corinthians entende bem. Basta fazer uma visitinha em 1990 e observar os relacionados que venceram aquele Brasileirão.


terça-feira, 27 de junho de 2017

Pode devolver meu ingresso?

Foto: Satiro Sodré/SSPress/Botafogo


Futebol na segunda-feira não traz boas lembranças ao torcedor alvinegro. Só esta afirmação já deveria ter bastado para que eu não fizesse a bobagem de comprar ingressos para assistir Botafogo x Avaí nesta segunda, dia 26. Porém a inocência e o otimismo, claramente exagerado, acabaram me fazendo dar uma caminhada de 20 minutinhos e ir conferir o péssimo jogo de futebol vencido, com seus méritos, pelo Avaí e o abençoado goleiro Douglas Friedrich (não consigo ler esse nome sem lembrar do velhinho ranzinza da animação Pixar). A derrota por si só já seria frustrante. Afinal, perder para o lanterna por um placar de 2 x 0 já é algo irritante. No entanto a organização, ou melhor, a falta de organização da partida foi algo desesperador para quem se dispôs a ir ao Estádio Nilton Santos. E não foram poucos. Algo em torno de 22 mil pessoas frustradas. 



A noite tinha tudo para ser de glória. O roteiro começa muito bem escrito com o retorno de dois dos jogadores mais talentosos do time, juntos, após recuperação de problemas físicos que já vinham se arrastando desde o início da temporada. A partida era contra o fraco (fraquíssimo, diga-se) Avaí. Por um instante cheguei a pensar que o técnico Jair Ventura poderia até ter escalado Jefferson para que começasse a pegar ritmo de jogo, tão pouco temido era o adversário. Para ficar ainda mais cinematográfico, uma bela homenagem da torcida para o atacante Roger, ou melhor, para a filha do jogador, protagonista de uma emocionante reportagem produzida pela TV Globo ao longo da semana e que certamente foi adotada como mascote da temporada. Ficou faltando apenas combinar com o Avaí o papel que deveria exercer. E aí que a coisa desandou. 

Afim de não escapar de nenhum clichê e já ir dizendo que há coisas que só acontecem ao Botafogo; Eis que o camaronês que nada fez em seis meses de glorioso, resolve acertar tudo que podia em apenas uma noite. E como se não bastasse, em pouco mais de 15 minutos de partida. Soma-se ao fato, nova lesão de Montillo, jogador que chegou a peso de ouro e com status de craque do time e que até o momento pouco fez e tão pouco jogou (e talvez nem jogue mais esse ano - não pela lesão propriamente dita, mas pela sequência de lesões, algo que pode fazer com que o jogador desista de cumprir seu contrato). O Botafogo estava fadado a viver mais uma noite de drama e agonia. 

Mudança no esquema que não dá certo

O técnico alvinegro armou um time com apenas dois volantes, Bruno Silva e Rodrigo Lindoso, invés do já bem consolidado esquema com três volantes, com ausência de Matheus Fernandes, poupado e sacrificado para dar lugar a um meio-campo mais ofensivo com Camilo e Montillo e a possibilidade de um triângulo ofensivo formado por Bruno Silva, Roger e Pimpão. No papel tudo bonito. O problema é que na prática o Botafogo não sabe jogar partindo para cima do adversário. O time está bem treinado na arte de jogar fechado na defesa, esperando uma bola de velocidade para ligar ao ataque e matar a partida. Quando resolve jogar diferente, infelizmente não dá certo. E foi exatamente o que aconteceu. Bruno Silva saiu para o jogo e deixou a defesa desprotegida e na primeira oportunidade, logo aos cinco minutos, contanto com uma falha coletiva da defesa, o algoz cruel, Joel, agora atacante do Avaí, abriu o placar. 

Com a substituição forçada de Montillo, talvez o técnico Jair pudesse consertar o esquema tático e retornar a sua formação tradicional, colocando Matheus Fernandes de volta ao time. Porém a presença inesperada de um grande público (mais de 20 mil pessoas para um jogo de segunda-feira a noite) parece ter pressionado o jovem treinador a manter seu time no ataque, e por essa razão escolheu Guilherme para tentar salvar o fiasco. Entretanto mais uma vez, pouco mais de 10 minutos após o primeiro gol, foi castigado com mais uma conclusão perfeita do ex. Dessa vez em falha de marcação de Igor Rabello, em noite pouco inspirada. Talvez sua pior partida com a camisa do Botafogo na temporada. 

Após a vantagem de 2 x 0 dos visitantes, o jogo ficou sonolento e, com a exceção de duas oportunidades em chute de Arnaldo e um bate-rebate após cobrança de escanteio, nada mais foi produtivo no 1º tempo. O Avaí se limitava a se fechar na defesa, como bom visitante, e errava até mesmo as saídas de bola. A equipe de Florianópolis dava a bola no pé do time da casa e deixava jogar, mas nem assim o Botafogo conseguia chegar com perigo. 

A última etapa se resumiu a uma equipe desesperada, tentando e fracassando na criação de jogadas ofensivas, enquanto um visitante acanhado se fechava por completo. O pouco que o Botafogo conseguiu criar esbarrou nas milagrosas defesas do goleiro Douglas, em noite brilhante, e na falta de sorte de seus atacantes. Mesmo assim, não foi nem suficiente para dar emoção ao final da partida. Em um último desespero Jair tirou Camilo e Igor Rabello para a entrada de Leandrinho e Pachu, deixando a equipe com apenas um zagueiro. Por sorte este homem era Marcelo e o jovem zagueiro conseguiu se virar para evitar que a derrota ainda fosse pior. 

Vaias ou apoio?
Camilo ao ser substituído causou um pequeno início de tumulto na torcida. Mais uma vez com atuação pouco produtiva, provocou a irá de alguns torcedores, traduzida em vaias. Embora boa parte da torcida alvinegra tenha se mantido firme na promessa de apoiar seus jogadores até o final e ter tentado gritar o nome do meia. Uma derrota inesperada, triste e com a sensação de que é preciso ligar o sinal de alerta. O glorioso ainda segue vivo na Copa do Brasil, na Libertadores e até mesmo no Campeonato Brasileiro, que está apenas começando. Mas o torcedor já percebeu que nem ainda há muito trabalho pela frente. A esperança é que Jair tenha percebido a mesma coisa. 

Ingresso da internet causa atrasos e confusão para acessar o Niltão

O jogo ruim por si só já seria um motivo de desânimo pro torcedor. Entretanto a falta de organização e, talvez a falta de confiança na presença da torcida, fez com que muitos torcedores só conseguissem entrar com o jogo já em andamento e até mesmo com o placar consolidado. Boa parte do problema gerado por uma mudança de política no acesso ao estádio, que dessa vez obrigara a quem adquiriu o ingresso através da internet fazer um processo completamente estúpido e desnecessário. O torcedor era obrigado a ir até a bilheteria validar seu ingresso impresso e trocá-lo por um ingresso de papel, para só então poder entrar no estádio. Como já estamos no meio da temporada e tal política nunca tinha sido adotada e o clube também não fez com que a informação fosse amplamente divulgada, muitos torcedores desavisados entraram atrasados no jogo. Não perderam nada, é verdade, mas a sensação de maltrato e frustração é algo que o Botafogo não pode se dar ao luxo de proporcionar ao seu torcedor.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Botafogo x Vasco - Uma análise dos gols sofridos pela defesa mais vazada do Brasileirão 2017


Apesar dos quatro níveis do curso da Uefa de Milton Mendes, o Vasco sofre derrotas porque erra na marcação no nível mais básico do futebol de várzea. Todos marcam a bola em uma situação de cruzamento. Não estando no confronto do atleta que tem a bola, o jogador mais peladeiro tem a consciência de que o olhar dele deve estar preso aos olhos e ao corpo de seu adversário. São equívocos de fundamento que podem ser corrigidos com treinamento voltado para a deficiência.
No lance do primeiro gol botafoguense, enquanto Bruno Silva se preparava para alçar a bola na área, três jogadores do Vasco apreciavam a movimentação do alvinegro. E quando aconteceu o cruzamento, Paulão e Breno eram os responsáveis por interceptar a bola e marcar os finalizadores. Apenas Roger se colocou no caminho da bola. Breno não marcava ninguém e só admirava a bola. Paulão ficou olhando Roger avançar porque se distraiu com a bola no ar. Resultado: Roger passou no meio dos dois zagueiros e desviou para o gol de Martin Silva. Falha grave.
O segundo tento do Botafogo surgiu em jogada de falta. João Paulo rolou, e Victor Luis acertou um petardo no ângulo esquerdo de Martin Silva. Sem chances para o goleiro. Uma constatação: a barreira vascaína abriu completamente e possibilitou a trajetória da bola, que passou no vão entre o segundo e terceiro homem, da esquerda para a direita. Ou seja, era só cumprir o que se espera de uma barreira.  
E o terceiro gol do clube da Estrela Solitária trouxe novamente a observação da bola. Enquanto a bola viajava, após enfiada de João Paulo, três jogadores vascaínos observavam o itinerário da pelota. Um deles fez o corte para o meio da área, onde Roger, completamente desmarcado, com um Paulão à certa distância, esperava para disparar e confirmar a vitória elástica e sem contestações do Botafogo.

O Vasco sofreu vinte gols em nove jogos, obtendo uma média de 2,22 gols/partida. A média do Brasileirão 2017 é de 2,48. A defesa cruzmaltina têm ajudado muito na boa condução desse quadro. O time de São Januário somente não sofreu gols na partida diante do Avaí. Embora a defesa vascaína tenha tentado colaborar, o time catarinense não fez o suficiente para que esse feito fosse obtido. E o que assusta mais é a fala de Milton Mendes, que insiste em dizer que a defesa do Vasco não possui esse grau de inferioridade com relação às outras do torneio. O treinador chegou a negar que seus comandados tivessem a marca de pior defesa do campeonato. Os números não mentem. Sr. Mendes. É preciso assumir os pecados para buscar o céu. 

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Professor Pardal Mendes

   
    Imaginem que um sujeito chegasse e apregoasse aos quatro ventos que uma roda quadrada, entre outras três rodas, daria um maior desempenho a um carro. Muitos teriam bom senso imediato e repudiariam a novidade. E teríamos outros que gostariam de ver a novidade praticada só pelo prazer de observar o novo.
            Na Arena Condá, em Chapecó, o treinador Milton Mendes colocou duas rodas quadradas no carro chamado Vasco. Uma na parte dianteira; outra, na traseira. Alan Cardoso e Nenê atenderam por essas anomalias na estrutura do automóvel.        Ambos foram escalados fora de suas posições. Com o descanso de Luis Fabiano, o técnico optou por dar a missão de finalizar e de ser o homem do comando do ataque a Nenê. Mendes justificou com o argumento de que desejava que Nenê prendesse a bola no ataque. E não seria para finalizar e dar mais qualidade? Posto como meia, o jovem Alan Cardoso foi designado para fechar o corredor esquerdo e revezar com Henrique no apoio.  Falhou miseravelmente e foi substituído aos 22 minutos do primeiro tempo. Saiu revoltado, mas o certo seria nem ter entrado nesse jogo. Culpa do jogador? Não, erro único e exclusivo do comandante.
            O Vasco atua de forma diferente conforme o campo em que joga. Deixa para ser grande quando está em São Januário e se apequena quando se aventura por outras praças. Mesmo quando teve o empate contra a Chapecoense, o Vasco não ameaçou efetivamente o adversário. A igualdade foi um acidente. O time perde os jogos porque deixa de agredir e se comporta como o sparring do boxe. E mesmo adotando um esquema defensivo, os jogadores de combate vascaínos marcam bolas cruzadas, cercam e não travam chutes e cometem pênaltis desnecessários. Paulão e Jean foram exemplos de mera observação nos gols da Chapecoense.
  Quando enfrentou o Corinthians, três jogadores marcavam um cruzamento de Guilherme Arana. Enquanto isso, três atletas encontravam-se em condições de finalizar no gol de Martin Silva. Erros que se repetem a cada jogo.
               É preciso que o treinador padrão FIFA deixe as rodas quadradas de lado e queira a certeza do que é redondo. É preciso ter vontade de vencer para ganhar. Contra Golias, Davi jamais teria a ousadia da pedra se tivesse a cabeça povoada por volantes.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Teste de Tite


Embora pudesse se servir do fator casa, a Austrália optou por enfrentar o Brasil com marcação no campo adversário - até enquanto durou o fôlego - e jogando por uma ou duas bolas de contragolpe. Tanto é verdade que os anfitriões só deram o primeiro chute aos 39 minutos do primeiro tempo. E nem o fato de o Brasil ter aberto o placar aos dez segundos de jogo fez com que os australianos alterassem a tática.
Quanto ao Brasil, para furar esse bloqueio, o ideal seria a presença de mais jogadores com capacidade de drible e improviso. Sem Marcelo, Neymar e Gabriel Jesus, Tite optou por usar Douglas Costa (muito abaixo do que se pode esperar dele), Phillipe Coutinho (outra partidaça em que serviu de maestro para o time) e Diego Souza (bons toques e muito oportunista com seus dois gols). O segredo para a vitória era desequilibrar o ferrolho australiano com dribles e lances de feito. Depois do primeiro gol, o Brasil passou muito tempo trocando passes de um lado ao outro do campo, sem conseguir uma penetração que ameaçasse a meta do selecionado da Oceania. A desaceleração do segundo tempo favoreceu a maior qualidade técnica e física da seleção de Tite. Apesar da fragilidade técnica da Austrália e dos 4 a 0 finais, foi um bom teste para o Brasil sem Neymar e sofrendo uma marcação dura no primeiro tempo. Outro aspecto que pode ter influenciado na timidez da equipe são as vagas que ainda estão abertas para 2018. Ninguém iria querer arriscar e perder a viagem para a Rússia. Isso explica a presença da burocracia e das bolas de segurança que povoaram a primeira fase do jogo. Nesse ponto, Thiago Silva e David Luiz (agora volante) ressuscitaram dos mortos e seguem firmes na briga. E a impressão que se dá é que o goleiro Diego Alves será titular com o tempo. E Diego Souza parece caminhar firme com Neymar, Gabriel Jesus e Douglas Costa. Ao contrário do que aconteceu em 2014, Tite trabalha arduamente para ter um elenco e não depender de uma peça ou duas peças para dar esperança. E não participar da Copa das Confederações é quase um prêmio. A euforia é um ingrediente desnecessário às vésperas de uma tentativa de êxito após uma frustração tão grande quanto foi a Copa do Mundo anterior.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Alex Muralha e a difícil arte de lidar com a rejeição rubro-negra


O goleiro é o único sujeito em um campo de futebol que não possui o benefício do erro. Caso se dê ao luxo de cometer um equívoco, o arqueiro pode influenciar diretamente no resultado de uma partida. Muito mais rápido do que qualquer atleta. E não há goleiro na história do futebol que não tenha cometido lá os seus enganos. Buffon, Dasaev, Banks, Taffarel e mais outros geraram irritação nas arquibancadas da vida. Frangos, golpes de vista, saídas de gol desastrosas, recuadas inapropriadas e pênaltis desnecessários são alguns dos itens que geram o uivo do torcedor.
Até o ano passado, Alex Muralha, do Flamengo, tinha a sua convocação defendida pelos rubro-negros e não possuía grandes rejeições por parte dos adversários. A edição do Campeonato Brasileiro de 2017 vem mudando essa questão, pois o atleta cometeu erros imperdoáveis pela ótica da torcida. Para ser mais exato, o amor começou a acabar na derrota por 2 a 1 para o Atlético-PR, em abril, pela Libertadores. Em um posicionamento equivocado, o goleiro permitiu que a bola cabeceada por Thiago Heleno, que seria facilmente defensável, caso ele estivesse debaixo das traves, se convertesse em gol. Isso abriu caminho para a vitória do time paranaense e incitou a fúria dos torcedores cariocas. Desde então, qualquer deslize do atleta é premiado com críticas e apupos de todos os níveis. E a situação ganhou contornos de drama na noite de ontem, quando os comandados do técnico José Ricardo enfrentaram o Sport, pela quinta rodada do Brasileirão. Foram dois erros crassos de Muralha. Um deles resultou em uma falta indireta; o outro, acabou em um belo gol do ponta Osvaldo.
Como se já não bastasse o tratamento da torcida, a mídia especula um novo goleiro a todo instante. Nomes como Muslera, Walter, Julio César e Ochoa já foram ventilados como objeto de desejo do time da Gávea. A perda da autoestima é visível. Não há jogador que resista ao fato de ser malvisto em seu clube.

Alex Muralha é um bom jogador na posição que exerce, mas não é nenhum craque das traves. Talvez o problema tenha sido dar-lhe status de selecionável e exigir muito mais dele do que seria normal. Coisa muito habitual quando trata do Flamengo. No momento em que veio para o clube, o atleta tentava tomar a posição de Paulo Victor, prata da casa. Os goleiros tinham níveis e momentos semelhantes na disputa da vaga, mas já havia um desgaste com falhas do antigo titular. O mesmo tipo de desgaste de deterioração gerada agora na titularidade de Muralha. É um Nenhum dos nomes pressupostos como negociáveis são muito melhores do que o jogador que já defende as cores do rubro-negro. É uma questão de melhorar a cabeça e de dar uma trégua ao profissional para trabalhar. Crucificar é um gesto que já gerou o maior engano da história da humanidade. Uns jogos para dar descanso de imagem seria o mais recomendável.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

SOS Futebol Brasileiro

 Resultado de imagem para Não a espanholização do Futebol Brasileiro



“Um adversário fraco, te enfraquece; Um concorrente burro, te emburrece; Uma oposição frágil, fragiliza um governo.”.
 Mário Sergio Cortella


Faz muito tempo que o futebol brasileiro não vive. Sobrevive. Dívidas surreais, concorrência desleal com o mercado internacional, crises políticas e má gestão são apenas alguns dos maiores problemas do nosso esporte mais popular.
Viável seria um “pensamento de condomínio”, no qual todos agem coletivamente e saiam da situação precária em que se encontram. Só com a união dos grandes clubes, focados no bem comum, onde todos tenham qualidade para competir mais intensamente em alto nível. Atitudes isoladas, ao estilo “farinha pouca, meu pirão primeiro”, impedem uma verdadeira união. Gol contra.
A tida “espanholização”, que sistematicamente ameaça a combalida qualidade dos nossos clubes, apresenta-se como o tiro de misericórdia na eterna retomada do crescimento do nosso futebol.
Não se questiona o tamanho de torcidas e que as emissoras tenham mais interesse em transmitir (ou “entubar”) seus jogos. Em um país do tamanho do Brasil colocar um funil tão estreito é jogar para o ostracismo uma parte importante da história. Um sistema justo e respeitável seria o que premiasse a qualidade técnica. Quanto melhor a colocação na temporada anterior, maior seria a premiação na temporada seguinte. Algo diferente disto, torna-se “patrocínio velado” e desleal com os demais. Prevalece a afinidade e interesses pessoais. Cota de TV não pode ser tratada como patrocínio, que mais recebe quem tem maior (e melhor) exposição.
Para melhorar o campeonato não basta apenas seu clube ter um bom elenco e este fato alguns dirigentes fingem não entender. O que faz o nível subir é uma grande quantidade de clubes competitivos, mas sistematicamente jogar contra adversários fracos irá mascarar seus defeitos e criar expectativas frustradas diante de adversários mais fortes ou simplesmente mais organizados.
Depois, não adianta culpar o treinador ou pegar no pé do seu “pior jogador de estimação”.



Sergio Henrique Homem –Rio de Janeiro